O segredo do "Viagra feminino" pode estar no cérebro das mulheres
Estudos apontam que a falta de libido pode ser o resultado do tédio e dos relacionamentos monogâmicos.
Se você leu o título acima e ficou se perguntando o que é que um medicamento utilizado para tratar disfunções sexuais masculinas tem a ver com as mulheres, saiba que a questão é muito mais complexa do que isso. Existem inúmeras drogas em teste, desenvolvidas para solucionar problemas relacionados com a libido feminina, mas o que os pesquisadores vêm descobrindo é que o próprio cérebro delas pode guardar a fórmula mágica para essa questão.
De acordo com um interessante artigo publicado pelo The New York Times, conforme as mulheres vão envelhecendo, o desejo sexual vai diminuindo muito mais rapidamente do que acontece com os homens, tanto que alguns estudos sugerem que entre 10 e 15% das mulheres sofre de frigidez, o que pode ser devastador para os relacionamentos.
Isso ocorre porque, biológica e culturalmente falando, as mulheres deixam de sentir interesse pelo sexo uma vez que os seus organismos não precisam mais se preparar para conceber filhos. Assim, acabou se consolidando de que a ideia de que, ao contrário dos homens, que estão programados para produzir “sementinhas” e semear a vida enquanto seja possível, as mulheres nascem com um número determinada de óvulos, e uma vez eles terminem, já era.
E já que estamos abordando o aspecto cultural da questão, não podemos deixar de mencionar a noção de que as mulheres são criaturas que se apegam aos seus parceiros e que tudo o que elas mais querem é passar o resto de suas vidas com eles em uma relação monogâmica, — mais uma vez — ao contrário dos homens, que não foram programados para serem totalmente fiéis.
Contudo, vários pesquisadores argumentam que, apesar da relação entre perda de desejo e envelhecimento ser encarada como um processo biológico natural, estudos apontaram que, muitas vezes, o problema é provocado pelo tédio. E mais: algumas pesquisas inclusive sugerem que as mulheres, assim como os homens, não foram programadas para serem fiéis, e que o sexo casual e relacionamentos não monogâmicos podem ser a solução para a frigidez.
O problema é que mulheres heterossexuais são condicionadas a acreditar que o segredo para a felicidade é encontrar um único parceiro para toda a vida — independente de que o relacionamento seja bom ou não —, e essa expectativa acaba por magoar a ambos, homens e mulheres. Além disso, as mulheres são condicionadas a não terem controle sobre sua sexualidade e a não explorá-la.
Então, seria o fim dos relacionamentos monogâmicos o novo Viagra feminino? Não necessariamente, já que o que muitas mulheres ainda preferem é ter um único parceiro. E é justamente por essa razão que, embora inúmeros cientistas estejam trabalhando no desenvolvimento de medicamentos mágicos que contornem o tédio e a falta de desejo feminino, a resposta talvez esteja em uma mudança de paradigmas.
Existem medicamentos sendo testados atualmente — como o “Lybrido” —, mas eles ainda não apresentaram índices de sucesso mensuráveis. Entretanto, a questão parece estar muito mais relacionada com o condicionamento psicológico do que com um problema biológico. Segundo os cientistas, os homens recebem desde pequenos mensagens de que suas masculinidades são definidas pelo sexo e pelo poder.
Além disso, os meninos também são encorajados a pensar em sexo o tempo todo, o que acaba por fortalecer conexões neurais associadas ao desejo. Já as mulheres, de forma geral, recebem mensagens diferentes e não necessariamente positivas, que as levam a pensar menos sobre o sexo. O efeito nelas, como você já deve ter deduzido, é o contrário, resultando em conexões neurais muito mais fracas e menos consolidadas.
Portanto, embora o desenvolvimento de medicamentos seja importante e muito útil — não há dúvidas sobre isso —, quanto mais robustas forem as conexões neurais relacionadas com o desejo sexual, maior será a probabilidade de que a libido não desapareça e que o interesse continue presente mesmo com o passar do tempo.
Em outras palavras, mais do que pílulas mágicas ou novas drogas, talvez uma nova forma de pensar sobre o sexo, sobre os relacionamentos e sobre o que realmente faz cada um mais feliz seja a melhor terapia para manter a libido em dia.
Se você leu o título acima e ficou se perguntando o que é que um medicamento utilizado para tratar disfunções sexuais masculinas tem a ver com as mulheres, saiba que a questão é muito mais complexa do que isso. Existem inúmeras drogas em teste, desenvolvidas para solucionar problemas relacionados com a libido feminina, mas o que os pesquisadores vêm descobrindo é que o próprio cérebro delas pode guardar a fórmula mágica para essa questão.
De acordo com um interessante artigo publicado pelo The New York Times, conforme as mulheres vão envelhecendo, o desejo sexual vai diminuindo muito mais rapidamente do que acontece com os homens, tanto que alguns estudos sugerem que entre 10 e 15% das mulheres sofre de frigidez, o que pode ser devastador para os relacionamentos.
Condicionamento cultural
Fonte da imagem: pixabayIsso ocorre porque, biológica e culturalmente falando, as mulheres deixam de sentir interesse pelo sexo uma vez que os seus organismos não precisam mais se preparar para conceber filhos. Assim, acabou se consolidando de que a ideia de que, ao contrário dos homens, que estão programados para produzir “sementinhas” e semear a vida enquanto seja possível, as mulheres nascem com um número determinada de óvulos, e uma vez eles terminem, já era.
E já que estamos abordando o aspecto cultural da questão, não podemos deixar de mencionar a noção de que as mulheres são criaturas que se apegam aos seus parceiros e que tudo o que elas mais querem é passar o resto de suas vidas com eles em uma relação monogâmica, — mais uma vez — ao contrário dos homens, que não foram programados para serem totalmente fiéis.
Monogamia e tédio
Fonte da imagem: shutterstockContudo, vários pesquisadores argumentam que, apesar da relação entre perda de desejo e envelhecimento ser encarada como um processo biológico natural, estudos apontaram que, muitas vezes, o problema é provocado pelo tédio. E mais: algumas pesquisas inclusive sugerem que as mulheres, assim como os homens, não foram programadas para serem fiéis, e que o sexo casual e relacionamentos não monogâmicos podem ser a solução para a frigidez.
O problema é que mulheres heterossexuais são condicionadas a acreditar que o segredo para a felicidade é encontrar um único parceiro para toda a vida — independente de que o relacionamento seja bom ou não —, e essa expectativa acaba por magoar a ambos, homens e mulheres. Além disso, as mulheres são condicionadas a não terem controle sobre sua sexualidade e a não explorá-la.
Pílula mágica?
Fonte da imagem: shutterstockEntão, seria o fim dos relacionamentos monogâmicos o novo Viagra feminino? Não necessariamente, já que o que muitas mulheres ainda preferem é ter um único parceiro. E é justamente por essa razão que, embora inúmeros cientistas estejam trabalhando no desenvolvimento de medicamentos mágicos que contornem o tédio e a falta de desejo feminino, a resposta talvez esteja em uma mudança de paradigmas.
Existem medicamentos sendo testados atualmente — como o “Lybrido” —, mas eles ainda não apresentaram índices de sucesso mensuráveis. Entretanto, a questão parece estar muito mais relacionada com o condicionamento psicológico do que com um problema biológico. Segundo os cientistas, os homens recebem desde pequenos mensagens de que suas masculinidades são definidas pelo sexo e pelo poder.
Além disso, os meninos também são encorajados a pensar em sexo o tempo todo, o que acaba por fortalecer conexões neurais associadas ao desejo. Já as mulheres, de forma geral, recebem mensagens diferentes e não necessariamente positivas, que as levam a pensar menos sobre o sexo. O efeito nelas, como você já deve ter deduzido, é o contrário, resultando em conexões neurais muito mais fracas e menos consolidadas.
Reprogramação mental
Fonte da imagem: shutterstockPortanto, embora o desenvolvimento de medicamentos seja importante e muito útil — não há dúvidas sobre isso —, quanto mais robustas forem as conexões neurais relacionadas com o desejo sexual, maior será a probabilidade de que a libido não desapareça e que o interesse continue presente mesmo com o passar do tempo.
Em outras palavras, mais do que pílulas mágicas ou novas drogas, talvez uma nova forma de pensar sobre o sexo, sobre os relacionamentos e sobre o que realmente faz cada um mais feliz seja a melhor terapia para manter a libido em dia.